Milei Abre Arquivos Confidenciais e Escancara Refúgio de Nazistas na Argentina
O governo argentino, sob a liderança de Javier Milei, tomou uma decisão histórica ao liberar documentos sigilosos que comprovam a presença de nazistas refugiados no país após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A divulgação, realizada a pedido do Senado norte-americano e de organizações de direitos humanos como o Centro Simon Wiesenthal, revelou não apenas a identidade de mais de 60 criminosos de guerra, mas também detalhes das rotas de fuga e do apoio recebido por esses indivíduos.
A Rede de Proteção aos Nazistas
Os documentos expõem a complexa rede de apoio que permitiu a entrada e permanência de nazistas na Argentina. Entre os nomes conhecidos estão Adolf Eichmann, responsável pela logística do Holocausto, e Josef Mengele, o médico de Auschwitz, ambos refugiados no país sul-americano. Eichmann viveu sob identidade falsa até ser capturado pelo Mossad em 1960 e levado a julgamento em Israel, onde foi condenado à morte. Mengele, por sua vez, fugiu posteriormente para o Brasil, onde morreu afogado.
Registros revelam que a entrada desses criminosos foi facilitada por setores do governo de Juan Domingo Perón (1945-1955), que oferecia documentação falsa e suporte logístico em troca de conhecimentos técnicos e capitais trazidos pelos fugitivos. Há indícios de que até mesmo setores da Igreja Católica auxiliaram na criação de rotas de fuga conhecidas como “ratlines”, usadas para transportar nazistas pela Europa até a América do Sul.
A Presença Nazista e o Apoio Local
Os nazistas que chegaram à Argentina entre 1945 e 1952 não apenas encontraram refúgio, mas também estabeleceram laços com as elites políticas e econômicas locais. Documentos revelam movimentações financeiras expressivas em bancos argentinos, aquisição de propriedades e conexões com empresas privadas. Isso sugere que muitos deles levaram uma vida confortável e impune durante décadas.
Estima-se que cerca de 5 mil nazistas tenham encontrado abrigo na Argentina, consolidando o país como um dos principais destinos para fugitivos do regime de Hitler. Embora a Argentina tenha declarado guerra à Alemanha em 1945, sua postura diplomática foi ambígua, permitindo a entrada de figuras ligadas ao nazismo.
A Relevância da Liberação dos Arquivos
A decisão de Javier Milei reflete uma mudança de postura do governo argentino em relação ao seu passado. A divulgação desses documentos possibilita uma revisão crítica da história e oferece aos pesquisadores um acervo inédito para compreender as condições que permitiram a permanência desses criminosos na América do Sul.
Além disso, a liberação dos arquivos também inclui registros do Ministério da Defesa sobre as atividades das Forças Armadas durante a ditadura militar argentina (1976-1983), quando mais de 30 mil pessoas desapareceram. Esses documentos podem trazer novas evidências sobre a relação entre o regime militar e a história de proteção a criminosos nazistas.
Conclusão
A abertura dos arquivos secretos marca um avanço significativo na investigação histórica sobre o refúgio nazista na Argentina. Ao expor a cumplicidade de autoridades locais e revelar a rede de apoio que permitiu a sobrevivência desses indivíduos, o governo Milei abre caminho para um debate mais aprofundado sobre a responsabilidade histórica e a busca por justiça. Pesquisadores, historiadores e a comunidade internacional agora terão acesso a informações cruciais para reconstituir esse sombrio capítulo da história argentina e mundial.