Wilhelm Gustloff – O Maior Naufrágio da História
Qual o maior naufrágio da história? A maioria das pessoas sequer se questionam, pois logo surge no nosso imaginário, o naufrágio do Titanic. Mas ao contrário do que muitos imaginam, o Titanic não foi, nem de perto, o maior naufrágio da história.
O naufrágio do Wilhelm Gustloff é considerado o maior desastre marítimo da história, resultando na morte de cerca de 9.000 pessoas. O navio, que foi construído na Alemanha durante a década de 1930, foi originalmente projetado para transportar turistas e imigrantes alemães para a América do Sul. No entanto, durante a Segunda Guerra Mundial, o navio foi convertido em um navio-hospital e depois em um navio de evacuação de refugiados. Em janeiro de 1945, durante a evacuação de civis alemães do leste europeu, o Wilhelm Gustloff foi torpedeado por um submarino soviético, resultando em um dos piores desastres marítimos da história.
História do Wilhelm Gustloff
O Wilhelm Gustloff foi construído na Alemanha na década de 1930 como parte do programa de construção naval do Terceiro Reich. O navio foi batizado em homenagem a Wilhelm Gustloff, um líder nazista suíço que foi assassinado em Zurique em 1936. O navio foi construído com o objetivo de transportar turistas e imigrantes alemães para a América do Sul, em um esforço para aumentar a influência alemã na região.
O navio foi lançado em 1937 e passou seus primeiros anos de serviço transportando turistas e imigrantes alemães para a América do Sul. Durante a Segunda Guerra Mundial, o navio foi requisitado pelo governo alemão e convertido em um navio-hospital. Em 1944, o navio foi novamente convertido, desta vez em um navio de evacuação de refugiados. O objetivo era transportar civis alemães do leste europeu, que estavam fugindo do avanço das forças soviéticas.
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O Naufrágio
Em janeiro de 1945, o Wilhelm Gustloff partiu de Gdynia, na Polônia, em uma missão de evacuação de refugiados. O navio tinha capacidade para transportar cerca de 1.500 pessoas, mas naquela noite, havia cerca de 10.000 pessoas a bordo. A maioria dos passageiros era composta por mulheres, crianças e idosos.
O navio estava seguindo para o oeste, em direção a Kiel, na Alemanha, quando foi interceptado pelo submarino soviético S-13, que fazia parte da Frota do Norte da União Soviética e estava em patrulha no Mar Báltico.
O capitão do S-13, Alexander Marinesko, ordenou o lançamento de quatro torpedos contra o Wilhelm Gustloff. Três dos torpedos atingiram o navio, causando danos graves e fazendo com que o navio começasse a afundar rapidamente.
O ataque foi extremamente rápido e destrutivo. A tripulação do Wilhelm Gustloff tentou salvar o navio, mas a água entrou rapidamente no casco, tornando impossível controlar o navio. O navio começou a afundar em poucos minutos, criando um caos no convés. Muitos passageiros e tripulantes tentaram escapar do navio, mas as condições climáticas eram extremamente adversas, com água gelada e ventos fortes.
Wilhelm Gustloff |
O Wilhelm Gustloff não estava equipado com botes salva-vidas suficientes para todos os passageiros, e muitos dos botes que foram lançados não estavam funcionando corretamente. Além disso, a temperatura da água era de apenas dois graus Celsius, o que tornava quase impossível a sobrevivência por muito tempo na água.
Cerca de 1.200 pessoas conseguiram escapar do navio antes que afundasse, mas muitos deles morreram de hipotermia ou afogamento na água gelada. O restante dos passageiros e tripulantes ficou preso a bordo do navio em afundamento. Muitos tentaram escapar nadando, mas poucos conseguiram alcançar as margens.
O naufrágio do Wilhelm Gustloff foi uma tragédia de proporções enormes. Cerca de 9.000 pessoas morreram no desastre, a maioria delas mulheres e crianças. Acredita-se que seja o pior desastre marítimo da história, em termos de perda de vidas.
Consequências
O naufrágio do Wilhelm Gustloff teve consequências significativas tanto para a Alemanha quanto para a União Soviética. Para a Alemanha, o naufrágio foi uma grande perda de recursos humanos e um golpe para a moral do país. O governo nazista tentou minimizar a importância do desastre e proibiu a imprensa de relatar as notícias do naufrágio por medo de que isso pudesse prejudicar ainda mais a moral do país.
Para a União Soviética, o naufrágio foi considerado uma grande vitória e uma fonte de propaganda. O capitão do S-13, Alexander Marinesko, foi condecorado com a Ordem de Lenin pelo seu papel no naufrágio. No entanto, Marinesko mais tarde caiu em desgraça com o governo soviético e foi preso por motivos não relacionados ao naufrágio.
O naufrágio do Wilhelm Gustloff também teve um impacto duradouro nas famílias das vítimas. Muitos sobreviventes e parentes das vítimas lutaram para lidar com o trauma e o luto após o desastre. O naufrágio também inspirou várias obras literárias e cinematográficas, incluindo o romance “A Cidade dos Afogados”, de Carsten Jensen, e o filme “Adeus, Meninos”, de Louis Malle.