Violette Morris – A heroína francesa que se tornou traidora
Violette Morris foi uma das mais notáveis atletas femininas da primeira metade do século XX, que acabou se envolvendo com a Gestapo durante a Segunda Guerra Mundial. Sua colaboração com os nazistas levou à sua acusação de espionagem e traição pelo governo francês, e ela foi morta em 1944 em um ataque de guerrilha. A história de Morris é um lembrete de como até mesmo aqueles que são considerados heróis ou ícones em suas respectivas áreas podem ter um lado sombrio.
Anos iniciais
Violette Morris foi uma atleta e esportista francesa nascida em 18 de abril de 1893, em La Baule-Escoublac, França. Ela é considerada uma das mais notáveis atletas femininas da primeira metade do século XX. No entanto, sua carreira e vida pessoal foram marcadas por controvérsias e escândalos.
Morris cresceu em uma família rica e privilegiada, e mostrou um talento natural para esportes desde jovem. Ela se destacou em vários esportes, incluindo natação, tênis, boxe, ciclismo e levantamento de peso. Ela também era uma das poucas mulheres na época a dirigir carros de corrida.
Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial, Morris se voluntariou para servir na Cruz Vermelha Francesa. Morris se juntou à Cruz Vermelha francesa como enfermeira e trabalhou na linha de frente, ajudando a cuidar dos feridos e dos doentes. Ela passou a maior parte de seu tempo em hospitais de campanha, onde trabalhava duro para aliviar o sofrimento dos soldados feridos.
Morris também trabalhou como motorista de ambulância e teve a oportunidade de dirigir em áreas perigosas, sob o risco de ser atingida por disparos ou explosões. Ela foi premiada com a Medalha de Honra da Cruz Vermelha Francesa por seus serviços de voluntariado.
Após a guerra, Morris continuou seu trabalho humanitário e se dedicou a ajudar os feridos e os doentes em sua comunidade. Sua experiência na guerra influenciou sua postura em relação à vida e aos esportes. Ela também apoiou e ajudou a treinar atletas em várias modalidades esportivas, incluindo boxe, luta greco-romana e levantamento de peso.
Após a guerra, Morris voltou ao esporte e se destacou no levantamento de peso, que era um esporte relativamente novo para mulheres na época. Ela ganhou vários campeonatos franceses e europeus e quebrou vários recordes mundiais. Em 1922, ela se tornou a primeira mulher a levantar mais de 100 kg.
No entanto, Morris também era conhecida por suas opiniões controversas e seu comportamento agressivo. Ela era abertamente homossexual e vestia roupas masculinas, o que era considerado escandaloso na época. Ela também era membro de grupos políticos de extrema direita e apoiava o fascismo.
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Feitos esportivos de Morris
Violette Morris foi uma atleta de sucesso, que deixou uma marca significativa no mundo do esporte em sua época. Ela foi uma pioneira do esporte feminino e quebrou muitas barreiras de gênero em sua carreira. Morris conquistou diversos títulos e medalhas em competições nacionais e internacionais, e sua contribuição para o esporte ainda é reconhecida e lembrada hoje.
Um dos momentos mais marcantes da carreira de Morris foi sua participação nas Olimpíadas de 1928, em Amsterdã, onde conquistou a medalha de prata no lançamento de disco. Ela também foi uma das primeiras mulheres a competir em provas de atletismo em nível internacional, enfrentando barreiras de gênero e preconceito para alcançar sucesso no esporte.
Além de suas conquistas em competições, Morris também contribuiu para o desenvolvimento do esporte feminino na França. Ela foi uma das fundadoras da União de Atletas Femininas, uma organização que lutava pelos direitos das mulheres no esporte e trabalhava para promover a participação feminina em competições esportivas.
No entanto, a carreira esportiva de Morris foi interrompida em 1934, quando ela foi expulsa da Federação Francesa de Esportes por causa de seu comportamento considerado inapropriado para a época. Ela se recusava a cumprir as normas de gênero e se vestia com roupas masculinas, o que foi visto como uma afronta às normas sociais da época.
Apesar dos desafios que enfrentou em sua carreira, Morris deixou um legado duradouro no mundo do esporte. Ela foi uma pioneira e um exemplo para outras mulheres que desejavam se destacar no esporte. Seu talento, determinação e coragem continuam a inspirar atletas e fãs de esporte em todo o mundo até hoje.
De heroína a colaboradora da Gestapo Nazista
De acordo com documentos históricos, Morris ofereceu seus serviços para a Gestapo em 1940. Ela teria se oferecido para coletar informações sobre atividades anti-nazistas na França e também teria participado de operações de contra-inteligência. Como resultado de sua colaboração com a Gestapo, Morris foi acusada de traição e espionagem pelo governo francês.
Os registros históricos indicam que Morris participou de várias operações secretas para os nazistas. Ela ajudou a identificar líderes da Resistência francesa e forneceu informações sobre suas atividades. Ela também ajudou a identificar espiões que trabalhavam para os Aliados e colaborou na prisão e interrogatório de vários prisioneiros políticos.
Além disso, Morris foi responsável por fornecer informações sobre as forças militares francesas aos alemães. Ela informou sobre as defesas e táticas militares das tropas francesas, permitindo que os alemães planejassem com mais eficácia suas ofensivas.
Morte de Violette Morris
A morte de Violette Morris, ocorrida em 1944, é um episódio trágico e controverso na história da Segunda Guerra Mundial e da resistência francesa. Morris, uma atleta e esportista de sucesso, foi acusada de colaborar com os nazistas e acabou sendo assassinada por membros da resistência francesa.
Em 26 de abril de 1944, Morris foi morta em um ataque planejado pela resistência francesa. Ela dirigia seu carro perto da cidade de Saint-Brieuc, no noroeste da França, quando foi emboscada por membros da resistência. Eles a obrigaram a parar e então explodiram seu carro com ela dentro.
A morte de Morris foi amplamente condenada por grupos de direita e por alguns membros da sociedade francesa, que a viam como uma vítima do extremismo da resistência. No entanto, para outros, sua morte foi vista como uma punição justa por sua colaboração com os nazistas.