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Irma Grese – A Hiena de Auschwitz

Irma Grese é figura recorrente nas listas mais infames da história, sempre sendo apontada como uma das mulheres mais cruéis de todos os tempos e servindo de case em trabalhos que analisam a violência e a psicopatia feminina.

Foi descrita pelo aviador britânico Eric Brow, como o pior ser humano que ele já havia conhecido. A psicopatia de Irma Grese deixou, por onde ela passou, um rastro de violência, dor e morte. No campo de concentração de Bergen-Belsen, Irma recebeu o apelido de “A Besta de Belsen“. Já os prisioneiros de Auschwitz-Birkenau, chamavam Irma Grese de “A Cadela de Auschwitz” ou então, de  “A Hiena de Auschwitz”.

 

Anos iniciais de Irma Grese

A Besta de Belsen nasceu em 7 de outubro de 1923, na cidade alemã de Wrechen. O pai de Irma Grese  era leiteiro e sua mãe se suicidou quando descobriu que foi traída por ele – Irma tinha 13 anos de idade, segundo as transcrições do seu julgamento em Belsen.

Sua irmã, Helene Grese, relatou que Irma Grese sofria muito na escola, sendo vítima de bullying. Incapaz de se defender e de lidar com o problema, Irma largou os estudos aos 15 anos e mergulhou de cabeça naquilo que era sua obsessão, entrar na  Bund Deutscher Mädel (Liga da Juventude Feminina Alemã).

Seu pai se opôs frontalmente ao ingresso de Grese na Liga da Juventude Feminina Alemã, porém não conseguiu evitar. Irma trabalhou em uma fazenda e posteriormente, em um sanatório da SS Nazista, onde trabalhou por dois anos no intuito frustrado de se tornar enfermeira.

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Irma Grese nos campos de concentração

Em julho de 1942, com apenas 18 anos, Grese se apresentou como voluntária para trabalhar no campo de concentração de Ravensbruck, o que despertou a ira do seu pai que acabou expulsando Irma de casa.

Com 19 anos ela foi transferida de Ravensbruck para Auschwitz-Birkenau, onde logo ganhou notoriedade. Fanática pelo nazismo e extremamente dedicada em suas tarefas, subiu rapidamente na hierarquia nazista e se tornou Supervisora Sênior da SS, o segundo posto mais alto que uma mulher poderia ter dentro da SS Nazista.

Para o terror dos prisioneiros de Auschwitz, Grese trabalhou com Maria Mandel, outra figura infame, conhecida por sua extrema violência e sadismo.

Com maior poder, Irma Grese conseguiu extravasar seu sadismo e tornou a vida nos campos de concentração por onde passou, em um verdadeiro inferno. A professora Wendy Adele-Marie Sarti, no seu livro intitulado Women and Nazis: Perpetrators of Genocide and Other Crimes During Hitler’s Regime, revela barbaridades, como o peculiar e doentio fetiche de Grese em golpear mulheres em seus seios e forçava garotas judias a serem suas vigias enquanto ela estuprava outros prisioneiros.

Irma Grese andava sempre com botas militares, uma pistola, e um chicote. Geralmente acompanhada pelo seu cachorro da raça pastor alemão, que era lançado contra prisioneiros que paravam para descansar ou que estavam no lugar errado, na hora errada. Muitos prisioneiros morriam em decorrência do ataque.

Irma Grese com seu Pastor Alemão
Ilustração de Irma Grese com seu Pastor Alemão

No seu julgamento em Belsen, em 1947, muitas testemunhas, vítimas dos horrores da “Cadela de Auschwitz” relataram que Irma Grese espancava presos até a morte com seu chicote, abusava sexualmente de prisioneiros, torturava crianças e atirava a sague frio.

Olga Lengyel, em seu livro Os Fornos de Hitler: A História de uma Sobrevivente de Auschwitz, revela que Irma Grese foi amante do médico e carrasco nazista Josef Mengele, dentre outros nazistas famosos.

Extremamente ciumenta e problemática, selecionava judias que ela considerava bonita para serem usadas em experimentos médicos ou enviadas diretamente para a câmara de gás.

Sua “carreira” sádica se encerrou no campo de concentração de Bergen-Belse, onde a sua extrema crueldade lhe rendeu o apelido de A Besta de Belsen.

Prisão e Condenação de Irma Grese

Após ter deixado um rastro de violência por onde passou (Ravensbruck, Auschwitz-Birkenau e Bergen-Belse), Irma Grese foi presa, junto com outros 45 nazistas após a libertação do campo de Concentração de Bergen-Belse, sendo levada a julgamento em dezembro de 1945.

Seu julgamento em Belsen gerou grande repercussão e ela se declarou inocente das acusações, contudo, o enorme número de testemunhas que presenciaram as atrocidades da Besta de Belsen, a condenação a morte por enforcamento foi inevitável.

Irma Grese, com apenas 22 anos na data do seu julgamento, foi a mulher mais jovem a ser condenada a pena de morte pelas leis britânicas no século XX.

Há relatos de que a frieza de Irma Grese era chocante, mesmo antes do seu enforcamento, ela conversava e ria com colegas de cárcere, totalmente desinteressada no destino que se aproximava.

Em dezembro de 1945, na prisão de Hameln, a pena de morte foi cumprida. As últimas palavras da Besta de Belsen antes do enforcamento foi, simplesmente, Schnell (rápido, em português).

Livros Recomendados Sobre a Hiena de Auschwitz

Não conhecemos nenhum livro específico sobre Irma Grese em português, porém há diversos livros em inglês ou espanhol. Em português há o livro de Olga Lengyel, que embora não seja sobre Grese, menciona a Hiena de Auschwitz.

Fernando Rocha

Fernando Rocha, formado em Direito pela PUC/RS e apaixonado por história, é o autor e criador deste site dedicado a explorar e compartilhar os fascinantes acontecimentos do passado. Ele se dedica a pesquisar e escrever sobre uma ampla gama de tópicos históricos, desde eventos políticos e culturais até figuras influentes que moldaram o curso da humanidade."

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